Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na , na castidade. (1 Tm 4, 12)

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Igreja militante contra o aborto e o demônio

Esclarecedora entrevista do Pe. Thomas J. Euteneuer relaciona a prática abortiva com a ação diabólica; e aponta certos livros, filmes, jogos, etc, que podem influenciar as almas, deixando-as vulneráveis ao preternatural

O Pe. Thomas J. Euteneuer é presidente de Human Life International, a primeira e maior organização pró-vida em dimensão internacional. É também exorcista ativo, autorizado a efetuar o antigo rito de exorcismo em várias dioceses dos Estados Unidos. Seu livro O Exorcismo e a Igreja Militante foi publicado em maio de 2010.

O Pe. Euteneuer concedeu esta entrevista ao Sr. Elias Bartel – de Crusade Magazine, órgão oficial da TFP norte-americana —, com autorização para reproduzi-la nas páginas de Catolicismo.



Crusade
— É muito interessante e adequado que o presidente de Human Life International seja também exorcista. O Sr. poderia nos dizer como o fato de ser exorcista ajudou-o na luta contra o aborto?

Pe. Euteneuer — Eu realmente tornei-me exorcista através de meu trabalho contra o aborto. É claro que há uma inteligência demoníaca “inspirando”, pode-se dizer, a poderosa e abrangente promoção do aborto. Ninguém poderia levar avante tal modo de destruição maciça com tão perversa eficiência. Do mesmo modo, dei-me conta do seguinte: quem pratica o aborto abre-se de certo modo para o demoníaco. Com efeito, tenho rezado preces exorcísticas e, conforme o caso, realizado o exorcismo em muitas mulheres afligidas pelo demônio, devido ao contacto direto com o aborto ou com seus promotores. Esse é um dos crescentes modos pelos quais as pessoas se abrem diariamente para o mal, e em nosso trabalho exorcístico constatamos muito essa realidade, infelizmente. Ao confrontar o demônio pelo ministério exorcístico, temos uma percepção de que sua inteligência está “inspirando” a cultura da morte.

Crusade — O Sr. diz que as oportunidades para as pessoas “abrirem-se ao mal” estão crescendo. Há mais possessos hoje do que no passado?

Pe. Euteneuer — Não há dúvida de que os casos de autênticas atividades demoníacas nas pessoas estão crescendo, e por isso há também a necessidade crescente de exorcistas experientes. Fui autorizado a realizar exorcismos em várias dioceses do país, e não existem meios e tempo disponíveis para atender o grande número de pedidos. Há muitas razões para isso, mas a principal é que o oculto está sendo considerado “normal” pela sociedade ocidental, e as pessoas não se dão conta do dano que lhes pode advir seguindo tais fascinações. Por exemplo, os livros e filmes sobre Harry Potter talvez não abram a pessoa para a possessão, mas certamente as farão encarar como normal a “magia”, e levarão muitos jovens a interessar-se pelo ocultismo. Considere que a autora J.K. Rowling vendeu por volta de 400 milhões de livros! O mesmo se dá com os filmes e videogames sobre demonismo, que freqüentemente ajudam a criar uma obsessão nas pessoas de pouca formação, ou emocionalmente vulneráveis. E contra isso não prevalece a catequese católica, que se acha em deficiente estado, além da falta de alerta sobre o mal. Os cristãos parecem ter se esquecido de que devemos, por causa de nossa fé, rejeitar sempre e categoricamente o demônio e suas obras.

Crusade — Como o Sr. mencionou antes, constata-se o demoníaco entrando na indústria do entretenimento – por exemplo, através de iniciativas como a série sobre Harry Potter, os tabuleiros Ouija e outras – e infelizmente elas são encontradas em redes de lojas de brinquedos como Toys “R” Us. O Sr. não acha isso muito perigoso?

Pe. Euteneuer — Nós, católicos em geral, tornamo-nos cegos para a idéia de sermos seduzidos pelo mal, o que sempre sucede por estágios, começando pelas coisas mais inocentes e sadias até chegar à escolha do mal mais explícito. É difícil culpar as crianças pela sua fascinação pelo oculto, quando seus pais compram essas coisas! Os pais pensam: “Bem, finalmente ela está lendo!” – como se não importasse o que a criança lê! Eles se defendem, dizendo que ninguém jamais se tornou possesso lendo um livro ou vendo um filme. Talvez isso seja verdade, mas tenho exatamente trabalhado com muitos que se abriram espiritualmente para o oculto através de livros e filmes. Pelo menos em um caso, trabalhei com um jovem que realmente tornou-se possesso por se viciar em videogames satânicos.

Carece de objetividade essa defesa dos livros, alegando que não se ouviu dizer que alguém tenha ficado possesso como resultado de os ler, pois os pais falham na educação dos filhos ao não formá-los na fé e não ensinar-lhes claramente a diferença entre o bem e o mal. Faltando uma boa formação cristã, deixa-se livre o campo para uma abertura ao ocultismo. Todas as sociedades pagãs nos mostram isso. O cristianismo sempre foi um antídoto para o paganismo na sociedade. A despeito do que o povo diz, as crianças ouvem seus pais; e se eles apóiam uma coisa má, a criança torna-se vulnerável a ela. O uso muito difundido dos tabuleiros de Ouija é assustador. Muito pouca gente vê que seu real perigo é ser demoníaco, uma dinamite espiritual com a qual nenhuma criança deveria brincar.

Crusade — Em suas palestras, o Sr. insiste na idéia da Igreja Militante. Poderia explicar as razões disso?

Pe. Euteneuer — Foram-se os dias em que a cultura cristã podia manter-nos junto aos sacramentos, auxiliando-nos a reconhecer a diferença entre o bem e o mal, etc. Em nossos dias, o zeitgeist [espírito da época] lança constantemente em nosso caminho novos ventos, aos quais temos que nos opor, e não é suficiente para isso a nossa fé básica, mesmo que ela seja considerada “boa”. Uma apatia em relação a isso transforma-se em morte espiritual, numa cultura agressivamente atraída pelo oculto. Precisamos agora de uma devoção radical e militante à nossa fé, e de habilidade para defender nossas famílias com o zelo de soldados que estão apaixonados por Cristo. Não é mais possível crer nas intenções de nossos professores, líderes políticos, protótipos – e, infelizmente, até de muitos do nosso clero. Necessitamos de uma postura mais batalhadora nesta época de secularismo militante. Necessitamos de mais oração, jejum, sacramentos, formação sólida na fé. Necessitamos de um engajamento para defender-nos e a todos os que são vulneráveis ao mal, que invade a sociedade como um veneno. O termo Igreja Militante nunca foi mais apropriado para designar como devemos ver nosso papel como católicos na sociedade.

Crusade — Última pergunta, não porém a menos importante: há algo que os ativistas pró-vida devam entender melhor ou focalizar melhor, com relação a este problema?

Pe. Euteneuer — Ressalto este último ponto: apenas uma devoção mais radical à nossa fé nos proporcionará as ferramentas para opor-nos à cultura da morte e a nos tornarmos vitoriosos na batalha pela vida. Nós, sacerdotes, devemos rezar para que os padres e bispos entendam e tomem sobre si um papel mais sério para conduzir a Igreja Militante na batalha. Deus ouvirá e responderá às nossas preces. A Igreja Católica tem recursos espirituais para opor ao ataque do mal disseminado em nossa sociedade, e a Igreja Militante tem que empreender seriamente sua luta pela salvação das almas. Está estabelecida a linha entre os verdadeiros e os falsos católicos, e muitos cristãos sérios estão se dando conta de que a única verdadeira Igreja é a única opção existente para opor-se energicamente aos males de nossa época. É um tempo difícil da História para se viver, mas é um grande tempo para manter-se verdadeiramente católico!


Fonte: catolicismo.com

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