“O negócio da nossa salvação é certamente a coisa mais importante e ao mesmo tempo mais negligenciada pelos cristãos. Quando se trata de conseguir uma posição, de ganhar um processo, de contratar um casamento, não se poupam trabalhos, não se perde tempo; quantos conselhos, quantas providências não são tomadas; não se come nem mais se dorme. Quando, porém, se trata de assegurar a salvação eterna, ninguém se importa com isso, antes emprega todos os meios para perdê-la e a maior parte dos cristãos vive como se as verdades eternas, morte, juízo, inferno e céu, fossem fábulas vãs inventadas pelos poetas e não artigos de nossa fé.”
“Que tristeza não nos causa a perda de um processo, uma parca colheita e com que cuidado não procuramos recuperar o perdido. Que esforços não se empregam para reaver um cavalo ou um cão. Se, porém, perdermos a graça de Deus, não deixamos por isso de gracejar, rir e dormir imperturbavelmente.”
“Todo o homem se envergonha de ser desleixado nos negócios mundanos e, afinal, milhares não se envergonham de negligenciar o negócio da eternidade, do qual depende tudo. Concedem que os sábios procederam sabiamente cuidando exclusivamente em sua salvação, mas eles mesmos pensam em tudo, menos em sua alma.”
- Santo Afonso de Ligório
(Excerto extraído do livro Escola da Perfeição Cristã,
primeira parte, capítulo terceiro, do ódio ao mundo)
primeira parte, capítulo terceiro, do ódio ao mundo)
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