Sou professor e nessa semana apliquei uma atividade para uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental. Nela, pedi para os alunos desenharem o que representa para eles o dia dos pais e em seguida escrever uma frase sobre essa data. Chamou-me a atenção o desenho de uma aluna que apresentava um homem atrás de grades e quando perguntei para ela o que isso representava em sua vida ela disse:
- É meu pai que está preso. Ele roubou, matou e foi condenado.
Um aluno que ouvia a conversa interviu e disse:
- Professor, meu pai também está preso. Eu fiquei sabendo pela TV, quando o vi algemado e com guardas segurando-o. Naquele momento fiquei triste e chorei desesperadamente até chegar ao ponto de passar mal.
Esses fatos me fizeram refletir sobre a escassez de exemplo que os pais têm dado aos filhos. Muitos pais já não são “heróis” e sim exemplos a serem evitados.
Com a degradação moral que temos presenciado nos últimos tempos a tendência é que isso se torne ainda mais intenso. A cultura relativista levará os pais a não terem mais uma única palavra e sim deixarão os filhos se enveredarem pelas “várias verdades”. Casais homossexuais não oferecerão ao filho uma ideia verdadeira do que representa o pai dentro de um lar, já que o homem pode ser como a mulher e a mulher como o homem. Outros se dedicarão tanto à busca pelo sucesso financeiro que não serão presentes na vida dos seus filhos e sim meros espectadores do desenvolvimento deles.
Sobre essa degradação da paternidade humana no mundo atual, ao interpretar o uso da expressão “Pai” por Jesus na oração do Pai Nosso, diz o Santo Padre Bento XVI no livro Jesus de Nazaré: “Para os homens de hoje, a grande consolação da palavra Pai não é tão importante, porque a experiência do pai está de muitos modos ou totalmente ausente ou obscurecida pela insuficiência dos pais”.
Essas palavras são fortes e comprometedoras, pois o Santo Padre diz que se os homens não transmitem uma ideia real do que o pai humano deve ser também Deus Pai não será compreendido.
Assim, compete aos cristãos entenderem que mesmo que novas propostas de organização familiar e de vivência moral sejam propostos o papel de um pai que educa de acordo com a vontade de Jesus Cristo não pode mudar. Feliz do filho que vê no pai um homem de oração, um homem de palavra, um homem presente e que desperta no filho o desejo de ser igual a ele.
São José, pai adotivo de Jesus, rogai por nós!
Autor: Estevan Coca, Coordenador Diocesano da RCC de Presidente Prudente
Fonte: www.rainhadosapostolos.com
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