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Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade. (1 Tm 4, 12)
Joana d’Arc nasceu em 6 de janeiro de 1412, na cidade de Domremy, filha de humildes componeses. Em 1425 estava em andamento a Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra, e os Ingleses haviam invadido grande parte do território Francês, chegado até Orleans, ao sul de Paris, e pretendiam conquistar todo o restante do país. Nesta época a camponesa teve a primeira de uma série de visões de São Miguel, onde ele lhe aparecia trajando armadura e montando um cavalo. Teve também visões de Santa Catarina e Santa Margarida. Nestas primeiras visões ela era exortada a orar muito e se preparar para uma difícil missão. Apenas dois anos depois, novas visões lhe revelaram qual seria sua missão. Ela deveria libertar a cidade de Orleans dos Ingleses. Depois deveria também unir e libertar toda a França, o que só poderia ser conseguido se o herdeiro legítimo, Carlos VII, fosse coroado na Catedral de Reims. Mas esta cidade também estava dominada pelos Ingleses.
Eram tarefas praticamente impossíveis, principalmente para uma jovem de apenas 13 anos. Mas a fé de Joana era imensa, e ela começou a orar e preparar-se para sua missão. No entanto, a época medieval era propícia a todo tipo de crendices e supertições, e enquanto alguns diziam que ela era abençoada, outros garantiam que ela tinha feito um pacto com o demônio. Em pouco tempo, aquela menina já era conhecida como a Donzela de Orleans, e as histórias de suas visões corriam de boca em boca, não tardando a chegar aos ouvidos do rei Charles II, que mandou chamá-la para averiguar quem era aquela jovem sobre a qual todos falavam.
Após a audiência, o Rei estava emocionado e plenamente convencido da veracidade de suas palavras e de sua fé. Concedeu-lhe então título de Filha do Rei e Verdadeira Herdeira da França. Concedeu-lhe também uma armadura, um cavalo, a chefia sobre um grupo de soldados, e a enviou a Orleans, com a missão de juntar-se ao exército e combater os Ingleses. Como brasão, Joana adota para seu grupo de guerreiros a imagem da Flor de Lis acompanhada das palavras Jesus e Maria.
Em 8 de maio de 1429, tendo Joana D’Arc à frente, os franceses conseguem uma grande vitória sobre o inimigo, e com apenas 17 anos, aquela jovem passa a ser saudada como heroína em todo o país. Mas isto não é tudo, e as vitórias prosseguem, sempre sob o comando e orientação da Donzela de Orleans. Em 18 de junho do mesmo ano os Ingleses sofrem nova derrota em Patay, abrindo caminho para sua derrota definitiva. E finalmente, em 17 de julho de 1429, na Catedral de Reims, Carlos VII é coroado Rei da França, cumprindo assim a missão recebida por Joana. Disse ela nesta ocasião: “Nobre Rei, assim é cumprida a vontade de Deus, que desejava que eu liberasse a França e vos trouxesse a Reims, para receberdes esta sagrada missão e provar à França que sois o verdadeiro Rei”.
Deste dia em diante, porém, tudo começa a mudar. Tendo conseguido seu objetivo, o rei deixa de prestar ajuda às tropas da Donzela de Orleans, fazendo com que elas fiquem fracas e vulneráveis. Isto permite que, em 23 de maio de 1430 Joana seja feita prisioneira em Compiègne pelos ingleses. Estes sentiam por ela um ódio mortal, e a responsabilizavam por todas suas derrotas em território Francês.
Em novembro de 1430 Joana é levada para a cidade de Rouen, que ainda era controlada pelos ingleses e é iniciado um processo contra ela. Suas visões e sua fé são questionadas, e ela é acusada de bruxaria e heresia. Os ingleses querem um pretexto para vingar-se daquela que era a razão principal de sua derrota. E os reis franceses, que já tinham conseguido realizar seu intento, não a socorrem. Joana é considerada culpada, e como era costume entre as condenadas por bruxaria, sua pena é a morte pelo fogo. Em 30 de maio de 1431, com 20 anos incompletos, ela é amarrada em uma estaca na praça central de Rouen, e os soldados ingleses ateiam fogo à sua volta. Mesmo prestes a morrer Joana recusa-se a renegar sua fé. Sua única atitude é pedir aos soldados uma cruz, que ela beija pouco antes de morrer na fogueira.
Para comprovar sua morte e evitar boatos de fuga, mandaram abrir a fogueira e expor o corpo carbonizado, ao final quando foram recolher as cinzas foram surpreendidos por um acontecimento milagroso, seu Coração não fora consumido pelas chamas e estava intacto. Com medo do povo os soldados receberam ordens de lançá-lo juntamente com as cinzas no leito do rio Sena.
Vinte e cinco anos depois de sua morte, a Igreja revisou seu caso e a declarou inocente.Hoje em dia, Joana dos Arcos é considerada a maior heroína nacional da França. Seu nome, imagem e história estão presentes em todo o país. Mesmo tendo sido uma guerreira, ela jamais deixou de praticar sua fé. Em reconhecimento por seus milagres, ela foi canonizada em 1920 pelo papa Benedito XV. E hoje pode-se dizer que, graças à Donzela de Orleans, surgiu a nação de França não apenas como um território, mas sim como nação livre e independente.
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